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Terapias genéticas e celulares: uma introdução para os profissionais dos media

As terapias baseadas em genes e células têm um grande potencial na criação de terapias eficazes para doenças difíceis de tratar. Este domínio desenvolveu-se rapidamente nas últimas décadas. Já existem terapias aprovadas na Europa que podem curar doenças congénitas fatais. Os jornalistas e outros profissionais dos meios de comunicação social podem vir a encabeçar debates sobre este tema com mais frequência, no contexto da biologia e dos cuidados de saúde, ou em termos das implicações sociais e éticas.

Entre as representações populares e as ideias erradas sobre as terapias genéticas e celulares, e o ritmo dos avanços e das mudanças neste domínio, há uma grande margem para que sejam mal interpretadas. 

Infelizmente, há também indivíduos e clínicas que exploram esta incompreensão e se aproveitam de doentes e prestadores de cuidados cujas opções de tratamento são limitadas. 

Existe o risco de que estes mal-entendidos e a desinformação possam afetar as escolhas de cuidados de saúde das pessoas e levá-las a tomar uma decisão que, em última análise, não é a mais correta para elas. Pode também afetar a forma como o público em geral - incluindo os financiadores e os decisores políticos - vêem este campo e como são vistos os indivíduos que optam por receber terapias genéticas e celulares. 

Se está a fornecer informação sobre terapias genéticas e celulares a um público de leitores, ouvintes ou telespectadores, tem o potencial de moldar a forma como as pessoas pensam e sentem sobre estas terapias. 

Reunimos recursos que fornecerão uma introdução completa ao campo da terapia genética e celular. Esperamos que sejam informações úteis, exactas e equilibradas para o seu público. 

Uma nota sobre a utilização da linguagem 

A linguagem utilizada nos meios reguladores e clínicos pode ser diferente da utilizada no contexto do apoio ou defesa dos doentes. Por exemplo, pode ver o termo “doenças órfãs” utilizado para se referir a certas doenças raras num contexto regulamentar. (Isto está relacionado com doenças potencialmente tratáveis por “medicamentos órfãos”, sobre os quais pode ler aqui). Muitos doentes e representantes dos doentes consideram este termo pouco útil em material dirigido aos doentes e noutros contextos não regulamentares. Se tiver dúvidas sobre a terminologia, pode ser útil consultar uma organização de apoio aos doentes para uma leitura de sensibilidade.

Terapia génica e celular: o básico

Muitos termos em terapia génica e celular têm significados técnicos específicos, distintos do seu uso coloquial. A crescente cobertura do tema nos meios de comunicação social pode significar que o seu grupo tem uma compreensão parcial mas incerta de alguns termos. É importante ser claro na forma como se está a utilizar um determinado termo; a disparidade entre o uso técnico e coloquial de um termo pode levar a interpretações erradas. 

Como é que as terapias genéticas e celulares chegam à clínica?

Para serem aprovadas para uso clínico, as novas terapias têm de passar pelo processo de ensaios clínicos e pelo processo de aprovação regulamentar. Depois de uma terapia ter sido aprovada, os prestadores de cuidados de saúde nacionais ou regionais têm de estabelecer um esquema de compra/reembolso com os fabricantes da terapia para a poderem fornecer nas suas clínicas. 

Acesso a terapias não autorizadas ou não comprovadas

Existem vários canais diferentes através dos quais alguém pode receber uma terapêutica que ainda não foi aprovada para utilização no mercado. 

Questões éticas e sociais em torno das terapias genéticas e celulares

O tema da terapia genética e celular pode ser polémico. Algumas pessoas opõem-se, por motivos religiosos, ideológicos ou pessoais, às técnicas utilizadas na investigação, à edição de genes a nível embrionário ou à ideia das próprias terapias.

Uma terapia que tenha recebido aprovação regulamentar e que tenha sido disponibilizada a nível regional, pode ainda assim revelar-se de difícil acesso para alguns doentes. Muitas sociedades já registam desigualdades nos cuidados de saúde, devido a circunstâncias financeiras ou sociais. Uma terapêutica disponibilizada gratuitamente através de um serviço nacional de saúde pode ainda assim implicar custos elevados relacionados com deslocações, cuidados de saúde e tempo de ausência do trabalho, para citar alguns. Os defensores dos cuidados de saúde manifestaram a sua preocupação pelo facto de, embora as terapias avançadas possam melhorar drasticamente a vida das pessoas que as recebem, comportarem o risco de todas as novas tecnologias: amplificarem as desigualdades sistémicas existentes. Dado que estas terapias são relativamente novas, muito pouca investigação foi realizada sobre questões de equidade nos cuidados de saúde no âmbito da terapia genética e celular, especificamente. 

É difícil discutir o tema da terapia génica e celular sem abordar algumas das questões éticas. Aconselhamo-lo a ter em conta que o seu enquadramento pode afetar a forma como o seu público pensa sobre estas terapias e sobre as pessoas que as recebem. 

Informações específicas e conhecimentos especializados

Se estiver interessado em saber mais sobre a utilização ou investigação de terapias genéticas e celulares para tratar uma determinada doença, recomendamos que comece pelas nossas fichas informativas específicas para cada doença. Estamos constantemente a acrescentar novos tópicos às nossas fichas informativas. 

Não temos capacidade para o colocar em contacto direto com especialistas na área para comentários ou entrevistas. As nossas fichas informativas e as páginas Spotlight on Research podem ser um ponto de partida útil para identificar peritos científicos, e as agências nacionais de apoio podem recomendar pessoas com experiência de vida. 

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